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Aprenda a cuidar com cuidado e respeito


Pesquisas apontam que o adoecimento mental das pessoas, nesse período da pandemia, tem aumentado. Pensando sobre isso, com foco nos idosos, convido vocês a refletirem sobre a nossa empatia social.

Em nome de um cuidado a si e ao outro estaríamos realmente sendo empáticos?

A psicologia busca fortalecer e apoiar a interação social, pois é notória a importância desse “ingrediente” poderoso para a qualidade de vida de todos e especialmente dos idosos. Nesse momento eles estão completamente restritos, sem liberdade, proibidos de toda e qualquer interação e limitados no seu direito de ir e vir.

Interagir com o outro, brincar com os netos, torna-se momentos de grande prazer e realização para todos de forma geral e sobretudo para o idoso. Muitas vezes é na interação com o outro que eles conseguem diluir suas tristezas e nesse período estão tolhidos dessa alegria e prazer. Esse momento está difícil para todos, mas para o idoso é intensificado por serem do grupo de risco.

Essa falta da interação com o outro tende a se tornar verdadeiramente fonte de grande sofrimento e enorme desafio, difícil de ser aceito e introjetada pelos idosos.

Pensando em algumas possibilidades, criatividade e estratégias para minimizar, na medida do possível, esse sofrimento, Convido cada um a buscar formas positivas, para vencer esse desafio que a vida apresenta.

Seguem algumas sugestões:

- ligar para a pessoa;

- ligação com áudio e vídeo;

- Escrever uma cartinha;

- Pensar na possibilidade de ver e até conversar na porta ou pela janela, atendendo as orientações do distanciamento;

- Utilizar uma dessas roupas que estão surgindo no mercado, para um rápido abraço, por exemplo;

- uma conexão através de uma música;

- Talvez enviar um lanche;

- Enviar uma flor ou algo que tenha significado, que faça sentido para a pessoa.

Cada um pode encontrar suas próprias formas de se fazer presente, de estar perto, de acordo com seu contexto de vida e que possam demonstrar para seu familiar ou amigo idoso, o quanto está difícil ficar sem o seu convívio, levando a essa pessoa querida a certeza que esse momento vai passar e que poderão planejar o momento de estarem juntos.

O importante mesmo é fazer com que o idoso se sinta importante e amado.

O foco deve ser o entendimento de que a pessoa idosa é pessoa de direito e não objeto de nossa proteção. Esta distinção exige uma mudança de paradigma fundamental e necessária para enfrentar o que está por vir.

Busque informar, esclarecer, sanar as dúvidas que o idoso possa ter sobre a situação vivida no momento e assim alertá-lo sobre suas responsabilidades. Procure deixar claro para ele que você está ali pronto para auxilia-lo para o que for necessário para seu bem-estar e que ele só precisa dizer do que necessita e assim você poderá buscar atende-lo da melhor forma.

Que nossos cuidados e proteção não sejam revestidos de atitudes que retirem dos mais velhos a autonomia para as decisões que puderem ter e para as atividades que precisem exercer. É preciso compreender que a proteção não deve jamais se revestir de qualquer ordem de violação, transgressão ou supressão de direitos. Deve sim ser um gesto verdadeiramente de amor, compreensão, aceitação e paciência. Deixe claro que quer muito que ele fique bem e para isso precisa que ele o ajude a ajuda-lo e que vocês podem combinar uma forma que fique bem para quem vai cuidar e para quem deve ser cuidado.

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