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Quando os FILHOS se tornam PAIS dos seus PAIS


É sempre um desafio para ambos, pais e filhos, lidarem com a velhice.

Muitas vezes é difícil para o filho perceber e até aceitar que os pais ficaram idosos e que precisam de ajuda. Pensar que os pais necessitam de apoio e cuidados requer um tempo para aceitação e adaptação à nova dinâmica que o momento exige, ou seja, aceitar que os pais não irão mais cuidar deles, mas, de forma inversa, estão precisando de seus cuidados. Momento, portanto, de verificar o que poderá fazer de melhor para ajudá-los. Aceitar que os pais envelhecem e entender que as pequenas limitações que se apresentam não é preguiça ou dengo e sim uma condição natural da vida.

Os pais, por sua vez, também têm dificuldade de perceber e aceitar que precisam de ajuda. Não é nada fácil para as pessoas que educaram, que eram obedecidos, que foram autoridades, de repente serem “mandados, vigiados, corrigidos,” percebendo que estão perdendo sua autonomia e independência, passando sua vontade a ser secundária ou até ignorada. Talvez o desafio ainda maior seja deixar-se cuidar, permitir que outros decidam por você, permitir que outros toquem em você e que mexam em suas coisas.

Muitas vezes os pais são vistos como teimosos, trazendo sofrimento para ambas as partes.

Como lidar com tudo isso?

Penso que a reflexão é buscar entender que cuidar de nossos pais é sempre um desafio, pois nunca estamos prontos, nunca esperamos e não nos preparamos para cuidar das pessoas que sempre cuidaram de nós.

Como passar por isso, por essa fase, de uma forma mais leve para ambas as partes? É claro que cada um tem o seu jeito de lidar e acredito que a maioria procura fazer, a seu modo, o seu melhor para cuidar e também para deixar-se cuidar.

No entanto, penso que vale a pena refletir:

Como cuidar sem grande sofrimento e como fazer para ser uma pessoa boa de ser cuidada?

Não pretendo dar receitas, mas dicas que possam auxiliar no trato com essas questões.

Quando cuidamos, buscando fazer o melhor, o melhor certamente será feito. E é aí que quem cuida sente gratificado por ter tido a oportunidade de oferecer um bem-estar para a pessoa que ama e que está sob seus cuidados.

E para ser uma pessoa boa de cuidar, pode-se fazer um exercício de gratidão. Agradecer por ter alguém para ajudá-lo, estando sempre pronto a atendê-lo da melhor forma que consegue.

Difícil é, na prática um grande desafio, encontrar as formas de melhor lidar com essa situação, de maneira a possibilitar que seja mais leve esse “lidar” com uma fase tão complexa e desafiadora.

É um exercício diário em busca de paciência, compreensão, força e sabedoria. Respeitar seus limites e buscar, enquanto cuidador, também se cuidar e fazer coisas prazerosas quando possível, para “recarregar” as boas energias e disposição. Entender que o bom cuidador tem que estar cuidado.

E para quem precisa do cuidado, buscar perceber que a pessoa que está lhe ajudando está buscando fazer o melhor que pode. Ser grata é demonstrar reconhecimento pela dedicação e cuidados dispensados.

Não é fácil, mas é possível encontrar forma recíproca de tornar mais leve a relação entre pais e filhos nessa fase da vida.

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